Trechos de uma carta de Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo
“Querido irmão padre Fábio,Depois de alguma pausa, voltemos à nossa prosa. No fluxo de nossa vivência, vamos aquinhoando experiências. Nossos olhares são capazes de reter considerações que vão moldando o que somos. A imagem surge como os sentidos captando impressões. Depois dela, vem o conceito. O conceito é o que permanece quando a imagem se esvai. É como o conhecimento que fica com o avançar da aprendizagem. Lançamos mão de excessos para que a viagem fique mais leve ou para que o compartimento dos nossos sentidos receba outros companheiros. O bom conceito é aquele que traz a companhia da bondade, da gentileza, do respeito, entre outros avidamente esperados. Esperamos como necessidade vital. Esperamos o amanhecer. Esperamos o entardecer. Esperamos a demorada cicatrização da incômoda ferida. Esperamos um amor. Esperamos compreensão. Compreensão apenas, amigo. Guimarães Rosa dizia que ‘esperar é reconhecer-se incompleto’ ”
“Querido irmão padre Fábio,Depois de alguma pausa, voltemos à nossa prosa. No fluxo de nossa vivência, vamos aquinhoando experiências. Nossos olhares são capazes de reter considerações que vão moldando o que somos. A imagem surge como os sentidos captando impressões. Depois dela, vem o conceito. O conceito é o que permanece quando a imagem se esvai. É como o conhecimento que fica com o avançar da aprendizagem. Lançamos mão de excessos para que a viagem fique mais leve ou para que o compartimento dos nossos sentidos receba outros companheiros. O bom conceito é aquele que traz a companhia da bondade, da gentileza, do respeito, entre outros avidamente esperados. Esperamos como necessidade vital. Esperamos o amanhecer. Esperamos o entardecer. Esperamos a demorada cicatrização da incômoda ferida. Esperamos um amor. Esperamos compreensão. Compreensão apenas, amigo. Guimarães Rosa dizia que ‘esperar é reconhecer-se incompleto’ ”
“Querido amigo,Este é um ensinamento fundamental: nao permitir que a nossa vida caia no banal. Ler Dostoiévski, Tolstói, ou ouvir as histórias de Rosa, ou de dona Ana, ou de dona Anisse; beber em Padre Vieira, ou em mulheres e homens que nas praças e nas esquinas oferecem o paladar apurado pelo tempo; tudo isso nos tira do banal e nos empresta ornamentos para nossa travessia. Amigo, quando escrevo para você, escrevo para mim também. O verbo vai ganhando autonomia. As palavras são desafiadoras. Fico pensando se de fato eu paro, nem que seja em algumas janelas, para contemplar as vidas que se escondem por detrás dos véus das cortinas ”
Trechos de uma carta de Fábio de Melo
“Meu querido Gabriel,Há discursos extensos que não nos presenteiam com palavra alguma. É a fala infértil, prolixa, redundante. Não agrega absolutamente nada ao que somos, mas ao contrário é capaz de nos retirar a alegria e a disposição. Neste mundo em que vivemos, é muito comum nos depararmos com discursos assim. Mas há outros que são ricos de palavras geradoras. São construídos a partir de uma visão holística da realidade, capaz de abarcar inúmeros aspectos numa mesma trama de palavras. É o discurso que não abre mão da sensibilidade, que realiza a proeza de colocar na mesma pauta razão e emoção. Meu amigo, sua carta é um celeiro de palavras geradoras. Seu olhar sobre o mundo é profundo e respeitoso. A raiz de tudo isso é o amor que você tem pela humanidade. Não é possível refletir as questões fundamentais da comunidade humana sem que por ela existam amor e respeito ”
“Meu amigo Gabriel,sua carta me proporcionou uma pequena viagem literária. Foi interessante reencontrar o contexto profundo dos personagens de Machado, atado à retórica eloquente de padre Vieira. De um lado está o escritor que não temeu descrever as mazelas humanas. A escrita vigorosa de Machado colocou à luz o subterrâneo da condição humana. De outro, está o homem que cresceu sob a luz esperançosa da fé cristã. O que por Machado foi revelado com perspicácia e ironia, por ele foi refletido a partir de rebuscadas teologias. A condição frágil e inacabada do ser humano encontra redenção no Evangelho que padre Vieira anuncia"
COMPREM O LIVRO É UMA BENÇÃO PARA NOSSAS VIDAS...
Tenho os dois livros, e sempre recorro à eles quando me sinto sozinha, ou está sem ânimo para tocar a vida.
ResponderExcluirExcelente dobradinha(com todo respeito):Chalita e Pe.Fábio.
Estou aguardando o próximo!!!
Bom dia!
Emília Pimenta
Duas pessoas lindas por dentro e por fora: Padre Fábio e Chalita. Sou fã dos dois
ResponderExcluirO MEU SANGUE JORRA ABUNDANTEMENTE
ResponderExcluir11.6.1987
Agora, a maior parte dos móveis foram já postos fora e tenho de procurar uma cadeira para me sentar. A casa está ainda em desordem depois da partida dos encaixotadores. Aqui e além, papeis, garrafas, sapatos, cintos sobre a escrivaninha; contudo, em toda esta mudança e pequenas refeições que tivemos de preparar, nas despedidas (uma para 80 pessoas e outra para 30), a Mãe de Deus não me deixou. Tive sempre tempo para escrever duas ou três horas por dia. Ele dá- me uma força incrível e não sinto o mínimo cansaço. Estou numa paz total: a Sua Paz.
- Vassula, bem-amada da Minha Alma, fica ao pé de Mim, está diante de Mim, deixa que o Meu Dedo toque o teu coração. Minha menina, se soubesses quanto Eu te amo. Eu guiar-te-ei até ao fim. Renuncia mais a ti mesma, por Mim. Queres sofrer por Mim?
- Sim, Senhor, fazei o que Vos apraz.
Já mo tinha pedido e eu tinha hesitado, tinha medo. Agora, pede-mo de novo.
- Vassula, sou tão feliz! Queres sacrificar-te por Mim, como um cordeiro?
- Fazei aquilo que Vos apraz, Senhor.
- Nada será em vão, tudo será pela Paz e pelo Amor. A Minha sede é grande, Vassula. Eu guiar-te-ei em terras áridas, onde os teus olhos verão aquilo que jamais viram. Eu conduzir-te-ei com uma Força Divina, no mais profundo dos abismos do Meu Corpo Ensangüentado; mostrar-te-ei, com o Meu Dedo, todos os pecadores, de entre os sacerdotes, que são os espinhos do Meu Corpo. Eu não os pouparei, Eu estou esgotado. As Minhas Chagas estão mais abertas que nunca, o Meu Sangue jorra abundantemente, Eu sou recrucificado pelos Meus: as Minhas almas sacerdotais!
- Meu Deus, Vós causais-me tanta pena. Por que te fazem isso? Porquê?
- Vassula, não sabem aquilo que fazem. Bem-amada, luta com o teu Deus, aceita enfrentar os Meus Sofrimentos e partilhá-los Comigo.
- Fá-lo-ei para Vos consolar. Lembrai-Vos daqueles que Vos amam!
- Eles são os bem-amados da Minha Alma. Eu preciso dessas almas que imolam o seu coração por Mim. Eu amo-as, tenho confiança nelas, alimentam-se de Mim, são o Meu sacrifício, são as pétalas macias que substituem os Meus Espinhos, são a Minha mirra. Vassula, não tenhas medo: nós penetraremos ainda mais profundamente, justamente onde reinam as trevas. Eu dirigir-te-ei.
Mais tarde, a minha alma começou a sentir a amargura de Deus. Todas as bebidas e alimento que metia na boca eram amargas. Ele fez-me beber do Seu Cálice. Tinha dificuldade em respirar, a alma e o corpo doíam-me. http://www.tlig.org/pg.html
Lindo dois homens sublimarem o amor dessa forma, nada contra gays, que vivam como querem, mas também é lindo abrir mão de sua própria sexualidade por um motivo maior.
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